Como colocar limites?
Adriana Iraola e Marcela Alvarado (licenciadas em psicologia)
As famílias e os limites
Nem todas as crianças e as situações são iguais. O que para um pai dá resultado com um filho, pode não ocorrer com outro. Muito menos os pais são os mesmos com todos os filhos ou em todas as circunstâncias.
Deixamos claro que, ao falar de "pai", fazemos referência a ambos: pai e mãe, com o mesmo nível de autoridade. Os pais devem ser pais, não amiguinhos de seus filhos. Ser pai é uma relação complementar e as crianças exigem esta complementaridade e diferença. Como colocar limites se está de igual para igual? Esta é uma fronteira que não se pode apagar ou diluir.
O pai autocrático é o ditador da casa. Muito forte em castigos e ameaças, porém muito fraco nas relações e vínculos. Produz, então, a rebeldia, às vezes silenciosa.
O pai permissivo é mais amigo que pai; não põe limites, não dá orientações. O ambiente é de excessiva liberdade. Deixa fazer. Não assume ou não quer ter o controle. Às vezes a mensagem deixada por um pai permissivo é a apatia ou o "não me importa". Os filhos podem sentir-se abandonados ou descuidados.
O pai comunicativo configura uma boa relação. Pode entender se a criança busca atenção ou está tentando dizer algo através de seu mau comportamento. Ás vezes, o chorar ou a birra é a única forma de transmitir seu mal-estar, quando não consegue colocá-lo em palavras. O pai comunicativo permite que a criança expresse seus sentimentos transmitindo assim que é respeitado. E numa atitude serena pode exercitar sua autoridade sem cair numa luta de poder. Pode ser exigente e sensível ao mesmo tempo.
Limites...
Onde? Por que? Como?
Onde? Os pais devem evitar repreender seu filho diante de outras
pessoas. Isto o humilharia. Fazê-lo em privado e não em público é
uma forma de respeitá-lo.
Por que? As crianças devem entender que se portaram mal, por isso as estão advertindo. Temos que explicar aos pequenos as razões de limite e que o fazemos porque nos importa seu bem-estar, para que possam estabelecer uma relação entre seu comportamento e as conseqüências que têm que evitar.
Como? Nem todas as formas resultam idênticas com diferentes crianças ou com uma mesma criança em diferentes situações. Porém, em geral, primeiro é o limite verbal. Estabelecer certas pautas e assinalar verbalmente o mau comportamento de modo claro e firme pode ser suficiente. Às vezes, uma simples conversa é tudo o que se necessita.
Outra forma é, por exemplo, isolar a criança durante cinco minutos da situação criada. Mandá-la para o seu quarto é uma maneira de restringir um mau comportamento. Às vezes, existem certos "dramas armados" que devem ser desarticulados, isto é, trocar o cenário tirando espectadores. Por que continuar com um drama que nada pode acrescentar?
Tirar momentaneamente algum objeto favorito ou alguma saída programada pode ser outro chamado de atenção. E uma vez que a criança compreende e se arrepende, não é necessário continuar fazendo-a sentir-se culpada. Um beijo e um abraço amenizam o clima e confirmam o esquecimento da situação.
Estimular os bons comportamentos. Um "Muito bem!" ou "Parabéns! que bom que você fez isso, meu filho!" confirmam que esse é o caminho correto.
As conseqüências naturais e lógicas também são boas oportunidades para colocar limites. Se não quer comer nada no almoço, o natural é que para o lanche tenha fome (se é que não comeu durante este período!). A natureza fará a sua parte, sem necessidade de ameaçar ou castigar.
Lembrem-se...
As palavras voam, mas o exemplo permanece, ilumina
as condutas, desperta... e arrasta.
Tomás Melendo Granados - Catedrático de Filosofia (Metafísica)
Ensina a criança no caminho em que deve andar e mesmo quando envelhecer não desviará dele.
Provérbios 22:6
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